As coisas aconteceram rápido demais para que eu pudesse parar e te abraçar, nem que fosse pela ultima vez. No meio da multidão, pude te ver chorar e mesmo sem saber o motivo senti algo atravessando meu peito, naquele momento não sabia o que fazer, a fantasia de "senhora durona" transpareceu em suas lágrimas e vi que algo grave estava para acontecer.
Aconteceu. Era difícil andar pelos corredores e responder perguntas do tipo: "Onde ela está?" "Oque ela tem?" "Pra onde ela foi?" - você já se sentiu um LIXO? Se a resposta for "sim" você sabe exatamente como me sentia naqueles momentos, sem saber onde você estava, como estava e com quem.
Meses de passaram e meu estado emocional não melhorou NADA. Parar e pensar que a minha menina estava distante demais, a ponto de perde-la de vista, machucava demais.
Se um dia alguém me perguntar qual foi o melhor dia do ano, ou até mesmo da minha vida, eu diria que foi o dia em que pude ouvir sua voz de novo. Naquela ligação eu tinha que te manter calma, dizendo que tudo ia ficar bem, como eu costumava fazer/dizer nos últimos anos. Dessa vez eu não segurava suas mãos frias sobre as minhas e ainda assim eu podia te pedir para respirar calmamente e dizer: "Mi, calma, tudo vai ficar bem, basta você ficar calma". Alguns minutos se passaram e chegou a grande hora, o momento em que você subiria um degrau na sua imensa escada de sonhos, era hora de nos despedirmos e tudo teve que ser rápido demais, assim não tive tempo para dizer "eu te amo" e o quanto eu estava orgulhosa.
Deixo aqui registrada a saudade de alguém de se sente desprotegida por não te ter por perto.
Com carinho,
para Milena Marques.
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